quinta-feira, 5 de julho de 2012

Recuperei minha alma e encontrei Jesus!

Olá queridos irmãos em Cristo. Sou o Pastor Sandro Ezequiel dos Ramos e acabo de receber o chamado da IPI para evangelizar.
Como sou desconhecido gostaria de lhes contar minha estória de vida, de forma que me conheçam melhor. Nasci em 1 de dezembro de 1959, numa casa muito humilde em Uiramutã, Roraima. Como minha cidade é formada basicamente por descendentes de indígenas, cresci cercado por paganismo e falsas crenças. Meu pai era mestre de catimbó, uma espécie de macumba indigena misturada com o catolicismo. Muitas vezes durante minha infância, forçado por meu pai, bebi o conhecido "Chá de Santo Daime" nas orgias lideradas por meu pai. Apesar de viver em um ambiente tão carregado de decadência e paganismo, sempre acreditei em Deus. Minha mãe era protestante e morreu durante um desses rituais, com uma overdose de chá de Santo Daime e Caninha Gato Preto. Eu vi minha mãe morrendo na minha frente e eu sentia que isso era obra do Chifrudo. Antes de partir, ela me disse com seu último fôlego:
- Combata-os!
Foi nesse momento que recebi a chama do Espírito Santo.
Em uma explosão de raiva, acabei assassinando meu próprio pai e vários de seus seguidores. A polícia foi acionada e fui preso. No interior não tem esse negócio de Febem e Fundação Casa. Aquels malditos políciais me jogaram em uma cela com cinquenta pessoas, todos católicos, catimbozeiros e sodomitas. Logo no primeiro dia já me chamavam de Sandrinha e me sodomizaram. Eu via aquilo como uma provação de minha fé e encarei. Mesmo após dois anos preso, comendo o pão que o capiroto amassou, ainda mantinha minha fé em Jesus Cristo. Meu ânus já tinha se acustumado com tanto sofrimento mas mesmo assim ainda sofria muito, pois era agredido pelos outros detentos quando me recusava a manter relações sexuais com eles. Um dia após ter sido espancado, fui para um cantinho e comecei a chorar. Um velho, que aparentava ter seus setenta anos se sentou ao meu lado. Ele era o único da cadeia que eu ainda não tinha dado.
Mas não era isso que ele queria comigo. Ele me fez uma pergunta:

-Sandro, você tem fé? Acredita em alguma coisa?

Logo respondi:

-Tenho muita fé em Jesus Cristo, o salvador.

Ele me olhou com um certo desprezo, acendeu um cigarro de palha e disse:

-É por isso que sua vida não dá certo.

Ele se levantou para ir embora, mas pedi para que ele não o fizesse e continuasse conversando comigo. Perguntei:

-Senhor, qual o seu nome?

-José Antônio, mas todos me conhecem como Zé Caboclo de Exu. -Respondeu o velho, com um brilho bruxuleante e maligno no olhar.

Quando ouvi o nome "Exu", fiquei com muito medo. Até meu pai, que era um vagabundo catimbozeiro, temia esse nome. Fiquei com receio de ficar perto de José, temendo por minha alma imortal, mas uma força como a de uma magia negra me mantinha lá. Ele começou a falar sobre os terreiros que frequentava, sobre as incorporações e sobre os espíritos malignos. No fim dessa longa conversa ele fez a tentadora proposta:

-Sandro, quer vender sua alma?

Minha vida estava era uma merda desde que tinha matado meu pai. Minha fé em Jesus estava abalada pelos dois anos na prisão e eu estava acreditando em suas falácias satanistas. Aceitei a proposta.
Como Zé era um líder espírita popular na cidade, podia sair da cadeia na hora que quisesse, e se houvesse protesto por parte de algum guarda ele ameaçava com alguma maldição de macumbeiro. Saimos da delegacia sem o menor problema.
Zé me levou a um boteco decadente, pediu dois copos de Caninha Gato Preto, acendeu um cigarro de palha e começou a falar:

-Pra vender a sua alma para Exu, você precisa passar por um ritual de magia negra. Se você sobreviver, sua vida será muito boa, como a minha é. Se morrer, vai direto para o inferno, para ser sodomizado por Anhangabaú (demônio da macumba indígena).
Eu aceitei sem medo, pois já estava acostumado a ser estuprado e sodomizado.
Foi numa noite sem lua que o ritual aconteceu. O vento estava muito forte, indicando a chegada de uma tempestade tropical. Zé me levou a uma casa caindo aos pedaços que ficava no sopé do Monte Roraima. A fachada era cheia de signos satânicos, como a estrela de Davi e os símbolos da banda "Léd Zépelim".
Entramos na casa e um negro usando um terno branco, fumando um charuto Baianinho e bebendo um copo de Jurema preta nos recepcionou. Zé começou a falar com ele em alguma língua indígena. O negro olhou para mim e me chamou. Começou a me fazer perguntas sobre minhas crenças e disse que vender a alma era um caminho sem volta, mas que trazia muitas coisas boas e prazeres terrenos. Eu estava decidido a vender minha alma e falei:

-Vamos começar logo essa porra!

O negro olhou para mim e disse:

-Você vai gostar. Pode ter certeza disso. - E começou a dar uma risada maligna que gelou minha espinha.

Ele me disse para que fosse para o quintal que já estava tudo pronto. Chegando ao lado de fora da casa vi um grande pentagrama feito de enxofre com velas pretas e roxas. Em volta havia várias comidas e garrafas de cachaça como oferenda aos demônios de umbanda. Um crânio de bode ensanguentado jazia no meio da insígnia satanista.
O negro me disse para ficar no centro do pentagrama. Quando estava na posição que ele havia me mandado, o ritual começou. Ele me serviu um copo de Jurema preta e me deu um cachimbo com fumo 7 Folhas aromatizado com mel. Em poucos goles da bebida comecei a ter visões terriveis. Um Baphomet se materializou em minha frente e junto com ele uma horda de demônios deformados. Era um exército infernal composto de seis mil seissentos e sessenta e seis demônios, prontos para levar a minha alma. O Baphomet, que era o lider daquelas criaturas horrendas se aproximou e disse com uma voz gutural assustadora:

-Você quer vender sua alma para meu mestre Exu Meia Noite?

-Sim. - Respondi com muito medo.

O demônio me pediu uma tragada do cachimbo e eu consenti. Depois ele tirou um contrato autenticado em cartório e me pediu para assinar com meu sangue. Pedi uma faca a ele para que pudesse me cortar. Ele me deu a faca e fiz um grande corte em minha mão esquerda. Comecei a sangrar e assinei o contrato. Zé e o negro dono do terreiro tiveram que assinar como testemunhas e depois o demônio assinou também. Recebi uma segunda via do contrato para ficar comigo. Depois de tudo isso o demônio riu e disse:

-Está feito! Sua alma pertence a nós!

Comecei a sentir muito frio e vi uma luz saindo de meu corpo. Um dos demônios a agarrou e guardou em um frasco. O líder Baphomet se despediu e deixou um cartão seu comigo, dizendo que limpava meu nome na praça caso precisasse. Depois um portal em forma de pentagrama se materializou e ele e seus seguidores entraram, voltando para as profundezas da terra. Depois disso desmaiei. Acordei um um hospital em Boa Vista cerca de três dias depois. Os médicos diziam que eu tinha sofrido um overdose de Jurema preta e um velho tinha me deixado no pronto socorro e ido embora. Recebi alta no mesmo dia e sai nas ruas da capital do estado de Roraima. Nunca tinha visto um cidade tão grande, com carros e energia elétrica por todos os lugares. Comecei a sentir os efeitos de meu pacto com o Tinhoso. Uma moreninha de uns desesseis anos olhou para mim com um sorriso safado no olhar. Em menos de uma hora já estavamos transando loucamente em um motel barato. Só nesse dia fiz sexo com mais três mulheres. Saindo depois da minha última transa achei uma carteira com dez mil dólares e um Rolex dentro. Realizei meu sonho de vir para São Paulo e ter uma vida nova. Vim de avião para cá, um luxo em Roraima e eram pouquíssimos que já tinham voado. Chegando aqui resolvi fazer uma faculdade mesmo sem ter o ensino fundamental. Gabaritei no vestibular e logo no primeiro dia de aula já comi cinco meninas da minha sala. Era amigo de todos, muito popular. Foi nessa época que comecei a ouvir o roque pesado. A banda Ac/Dc (Anti Christ/Devil's Children) lançava seu álbum Beck in Black (Beck no Escuro, em alusão ao cigarro de maconha) e minha vida era sexo, drogas e roque. Fumava maconha todos os dias. Um amigo meu tinha um narguile (narguile é um cachimbo árabe feito para fumar maconha) e fumávamos juntos todos os dias. Comecei a namorar três meninas ao mesmo tempo e fazíamos sexo grupal todos os dias. Minha vida era puro hedonismo. Mas um dia o Diabo veio cobrar pelo acordo. ele queria que eu sacrificasse uma de minhas namoradas.
Na hora estava sobre efeito do LSD lendo "O Senhor dos Anéis". Estava tão hipnotizado que não percebi o que estava fazendo e matei minha namorada. Meus colegas chamaram a polícia fui preso por homicídio novamente. Fui condenado a dois anos de cadeia, mas dessa vez não foi tão ruim. Graças ao meu pacto com Satã era respeitado e temido por todos na prisão. Os dois anos se passaram rapidamente e voltei a minha vida de perdições. No final dos anos oitenta meu corpo já estava acabado. Minha vida de sexo e drogas tinha me destruído. Fiz um exame de rotina e descobri que tinha cirrose hepática, câncer de pulmão, AIDS, sífilis, disfunção erétil e caganeira crônica. Fiquei desesperado pois lembrei que minha alma pertencia ao Capiroto agora. Estava a beira da morte quando vi a salvação. Voltava de uma orgia quando vi um negro alto, usando um Armani risca de giz, sapatos italianos de couro legítimo e carregando uma Bíblia Sagrada. Era o pastor Gedeão (que ele descanse em paz). Ele me viu andando maltrapilho, com calças rasgadas e camiseta do Possessed (grupo de révi metal). O pastor então parou e ficou me encarando. Eu olhei e disse:

-Crente filho da puta!

Num ataque de ódio corri em direção do pastor com o objetivo de matá-lo. Ele rapidamente me deu uma Rasteira Baiana. Apaguei. Acordei em uma caixa d'água dentro de um barraco em Paraisópolis. Na caixa estava escrito "Pissina Sagrada". Eu me sentia bem por dentro, como se um vazio tivesse sido preenchido. Meu cabelo de headbenze tinha sido cortado e jazia no fundo da piscina. Agora tinha um cabelo bem aparado e descente. Minhas roupas "panqs" tinham se convertido em belíssimas roupas sociais e não sentia mais as doenças que atormentavam. Mas o mais importante, sentia Jesus no coração.
Uma porta se abriu e o pastor Gedeão entrou, com ar de vitorioso e disse:

-Meu filho, você venceu em Cristo.

Comecei a chorar de emoção. O pastor me ensinou sobre a única verdadeira fé (o protestantismo) e me fez começar a frequentar os cultos. Lgo me tornei obreiro da Igreja Internacional de Paraisópolis e depois pastor. Hoje faço parte de Igreja do Primeiro Impacto e combato as trevas com a luz. Há uns dois meses recebi uma carta disendo que o "Zé Caboclo de Exu" tinha morrido, tendo mais de cem anos. Levei essa carta para o culto e ela foi recebida com aplausos.

A Paz, Pastor Sandro Ezequiel.

4 comentários:

Edvaldo Junior. disse...

Glória.

Anônimo disse...

muito lindo!

Pedro Romão disse...

Coisa linda, meu Deus!

Queima diabo!
Queima demônio
Queima diabo,
que tá lá embaixo!

Gregory disse...

vai tomar no seu cú.
realmente acha que o seu conto de putinha de cadeia vai colar...
se for pastor mesmo tenho dó dos fiéis que lhe seguem...

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