segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Naruteiro assassino

Bom dia pastor, estou escrevendo esta carta do Presídio de Tremembé II, que fica no vale do Paraíba em Tremembé-Sp. Fui condenado a uma pena de 25 anos por assassinato. Isso tudo porque acabei me envolvendo com as pessoas erradas, sob a influência demoníaca de um anime chamado Naruto.


Sei que muitos jovens curtem esse anime e acreditam que não há nada de errado com ele, estão todos enganados, se tornarão gays da mesma forma que eu me tornei e sempre que assistirem estarão mais próximos da dolorosa vida homossexual (dolorosa para alguns, para outros nem tanto). 
Minha triste história começou, como disse anteriormente, depois que comecei a ver o anime Naruto, a partir daí passei a me interessar por cosplay e como sempre gostei do Naruto (o personagem principal) fiz cosplay dele. O problema é que lá no evento conheci um garoto chamado Felipe, que estava fantasiado de Sasuke (um personagem sodomita do anime), ele não tinha escolhido o Sasuke-kun aleatoriamente e assim como o personagem do anime era emo e homossexual (desculpe o pleonasmo, mas muitas pessoas não sabem o que significa emo), apesar disso fizemos amizade.
O Felipe era um garoto muito legal, gostava de Nirvana, Iron Maiden, Metalica, Slipknot, Justin Bieber, One Direction, Paramore, memes, vídeo games, Mc Donald’s, Instagram, produtos da Apple e muitas outras coisas com as quais eu me identificava, por isso ficamos tão amigos. Passei a frequentar constantemente a casa dele, onde jogávamos Pro Evolution Soccer no Xbox 360 até amanhecer, era cansativo, mas muito divertido.
Apesar da grande diversão que era passar as madrugadas jogando vídeo game, o que nós mais gostávamos de fazer na casa do Felipe era cosplay dos personagens do anime, como sempre: eu era o Naruto e ele o Sasuke. A gente imitava as cenas do anime transvestidos dos personagens. Até que um dia o Felipe teve a ideia de imitar uma cena em que o Sasuke e o Naruto se beijavam.
No inicio fiquei com receio, já que (ao contrário dele) eu não era gay e nunca tinha vontade de ser. Mas depois de um longo tempo ele acabou me convencendo, mesmo sabendo que o Felipe era gay eu não era preconceituoso e não queria decepcionar o meu amigo. Fizemos a cena, ficou bem parecida com a do anime, fazendo uma comparação para os que não assistem, ficou como um beijo de “novela das 8” e eu meio que gostei. Naquele momento descobri no Felipe, um “homem” atraente, profundamente submisso e era incapaz de resistir à beleza discreta, à timidez e ao espírito independente dele. 
No mesmo dia, já em minha casa, recebi uma ligação do Felipe dizendo que não conseguia esquecer o nosso beijo, perguntando se eu gostaria de ser seu namorado. Pedi um tempo para pensar, sempre achei que ser gay era muito estranho e não entendia como um homem pode gostar de outro, com tantas mulheres disponíveis por aí, mas quando eu e ele nos beijávamos era mágico... Depois de muito pensar resolvi que ser gay, hoje em dia, é uma coisa totalmente normal, já que a própria televisão nos incentiva a ser, com suas novelas e outros programas, inclusive os animes.
Imediatamente liguei para ele e disse que queira ser seu namorado, mas que por enquanto seria melhor mantermos isso em segredo, para que ninguém tentasse atrapalhar o nosso relacionamento, principalmente porque os meus pais eram evangélicos e dificilmente aceitariam uma coisa como essa.
Passado algum tempo, nós estávamos muito felizes e decidimos comemorar o aniversário de 6 meses indo a um evento, o Anime Friends. Fomos fantasiados dos nossos personagens favoritos, lá encontramos uma turma de cosplays do Anime, vimos o Kakashi-sensei, a Sakura, o Shikamaru, a Hinata, o Shoji, o Kabuto e o Orochimaru. Resolvemos nos unir a eles, pois havia no local uma turma de Bleach que não estava muito amigável. Passado algum tempo, depois que nos apresentamos a eles,  a menina que estava fazendo cosplay da Hinata me chamou para o lado e disse que tinha me achado um fofo, mas eu disse que estava com meu namorado e que não gostava mais de garotas, pois elas me faziam sentir nojo, pedi desculpas e disse que poderíamos ser amigos, desde que ela não encostasse em mim, ela concordou, continuamos a trocar ideias, mas  quando a conversa estava quase no fim o Felipe apareceu.
Não sei se foi imaginação minha, mas vi uma lágrima escorrendo de seus olhos, antes de ele sair correndo, pois sabia que no anime a Hinata era apaixonada pelo Naruto e com certeza imaginou que tinha acontecido algo entre nós. A garota era bem bonita, estilo panicat e isso deve ter deixado ele louco de ciúmes. 
Procurei ele por aproximadamente 40 minutos, sem sucesso. Então resolvi ir para perto de um palco onde uma banda japonesa tocava. O show estava muito legal e por algum momento esqueci que tínhamos brigado, fiquei lá por alguns minutos até que tive uma tremenda dor de barriga. Saí rápido do lugar a procura de um banheiro, não queria que minha cueca ficasse freada e sujasse minha roupa, que era a nova, do Naruto no modo Sennin. Por sorte, encontrei um banheiro químico, ficava um pouco afastado de onde acontecia o show, no lugar perfeito, pois eu costumava soltar uns flatos barulhentos enquanto me aliviava. 

Ao sair me deparei com o Felipe, bem no cantinho, ao beijos com o Orochimaru. Achei aquilo uma feladaputisse do Felipe. Eu tinha me tornado gay por causa dele, a gente já pensava em casamento e em adotar uma criança, mas ele jogou tudo fora por causa de outro, o ódio em mim era imenso, mas resolvi não fazer barraco, já tinha decidido que ia me vingar. Ao longe, deitado sobre um lago de urina, vi um cosplay do Kurosaki Ichigo, o do Bleach (uma gangue rival), pensei em pedir ajuda a ele, mas vi que estava drogado demais para conseguir levantar. Mesmo assim fui até ele, peguei sua Zanpakutou (uma espada bem grande), me aproximei sorrateiramente dos dois, que continuavam aos beijos, e os atravessei com a Zangetsu, era assim que se chamava a Zanpakutou do Ichigo.
Imediatamente deixei o local, antes de pegar o táxi fiquei sabendo que os dois haviam morrido, um porque teve o coração atravessado pela espada e o outro por causa de um pneumotórax. Fui pra casa sem arrependimentos, achando que ninguém descobriria o que eu tinha feito, mas perto do local do crime havia uma câmera de segurança, devido a ela eu fui incriminado e como as provas eram incontestáveis, acabei sendo julgado e condenado. 
Na prisão, encontrei o caminho da salvação, aceitei Jesus e hoje me arrependo imensamente de ter me envolvido com esse anime satânico, graças a ele perderei uma boa parte da vida cumprindo pena. Espero que chegue logo o dia da minha liberdade. Já estou fazendo um curso para me tornar pastor, aqui na cadeia, tudo está melhor na minha vida, exceto a comida daqui.
Quero que esse testemunho seja mostrado a todos os jovens que gostam desse anime, para que eles saiba com o que estão se envolvendo. A paz.