domingo, 2 de maio de 2010

A doença de Taiguer Udis

"Sabe, eu não era um garoto muito normal até meus 18 anos de idade. Todo dia, logo que chegava do colégio ( estudei no CIEP Oswaldo Aranha , um Brizolão na favela do Curral da éguas, Realengo), eu não ia para a rua soltar pipa, jogar futebol ou bater papo. Eu ficava em casa com meu único amigo : meu Mega Drive 3. Enquanto meus colegas de turma se divertiam por ai, conhecendo as primeiras fases da relação com garotas, eu virava pela décima terceira vez Sonic 2, Ayrton Senna's Super Monaco GP II, Altered Beast ou Batman Returns. Parava de jogar só lá pelo fim da tarde. Mamãe me preparava um Nescau bem escuro( com 3 colheres cheias)e eu corria para a frente da nossa Tv CCE, doido para assistir aos episódios novos de Iuiu Hakusho, Cavaleiros dos Zodiaco ou Shurato, que passavam na antiga TV Manchete (canal 6). Sinceramente , eu adorava a vida que tinha, perdido naquelas bobeiras de criança e coisas dementes e sem sentido, como são os videogueimes e desenhos japas. Era tudo mais simples mas não menos perigoso.

Em 1998, minha vida começou a mudar. Passei no vestibular da Uerj para o curso de Engenharia de produção. No primeiro dia de aula, cheguei sem desconfiar do que me esperava : o trote , uma das coisas mais horrendas que os veteranos( alunos antigos) fazem com os 'calouros'( os novos alunos). De inicio foi tudo muito legal, umas 5 garotas bem bonitas cercaram o grupo de calouros e ofereceram um tal de 'suco de negócio'. Como era só suco e mamãe disse para eu não aceitar cerveja ou cachaça, achei que tudo bem em beber. Estava com a goela seca de um mixto de ansiedade ,pelo primeiro dia de aula, e nervosismo, por minha timidez perto das garotas. Virei logo um copo inteiro. Desceu bem amargo e de gosto estranho.

Se bem que depois de uns 2 minutos comecei a ficar mais solto, o suco já parecia bem mais gostoso que fui bebendo mais e mais e conversando com as garotas. Foi ai que uma tal de Marcela lançou uma aposta : me daria um selinho se eu bebesse um litro inteiro do suco de uma só vez.


"Opa" - Pensei - "Essa é a minha chance de beijar na boca pela primeira vez!"

Bebi como se fosse um beduíno sedento tendo em mãos o ultimo litro de água no deserto do Saara, e empurrei ,goela abaixo, uma garrafa inteira do tal suco. Marcela veio com uma cara de satisfeita em minha direção. Ela tinha uma cara de safada e era até bem bonitinha para mim, mas pena que nunca consegui meu selinho. Na hora que ia ter meu prêmio, vomitei tudo em cima dela.

Depois de ser xingado pela garota e levar um tapa na cara, ainda enjoado e muito bêbado, vi dois caras rindo ao meu lado. Eles se apresentaram, eram dois veteranos: um era o Leo 'Nareba' e o outro se chamava Bruno 'Ceguinho'. Disseram que pelo meu espetáculo ali, eu teria o direito de andar com eles pela faculdade, que me defenderiam dos outros veteranos. Topei de cara!

Com eles eu aprendi a beber. Vivia bêbado pelos botecos nos arredores da faculdade, entrava nas aulas de Mecânica dos Flúidos com garrafas de Uisque Ballantines ou de Vodca Kovac Tridestilada na mochila, cheguei até a beber perfume. Eu só fedia a cachaça 51, banho eu só tomava uma vez por semana.

Eles me ensinaram que quem bebe de verdade não pode parar de beber por mais de 24 horas porque, quando você para, a ressaca começa. Por isso, andavamos sempre, os três, com uma garrafinha( aquelas de alúminio com 240 mL) cheia com Tequila José Curvo Ouro em nossos bolsos, sal e meio limão ressecado. Isso era para qualquer hora dificil , evitando a abstinência e a ressaca.

Tinha 17 para 18 na época . Nareba e Ceguinho conbinaram um esquema de ir para a Vila Mimosa, ali pertinho( na Rua Ceará), pegar umas profissionais e comemorar meus 18 anos. Eu ia perder o cabaço. Foi um dos dias mais tristes de minha vida como ímpio mas que, na época, adorei tudo aquilo. Encontrei uma prostituta de nome Cleide, uma loira meio cheinha, labios carnudos e ancas largas, com uma certa idade. Ela usava um vestido vermelho muito decotado e um perfume muito doce. Me encantei com sua habilidade de encher a cama e foi assim que perdi minha virgindade.


Depois disso , quase todos os dias ia para a mimosa . Com o tempo, as garotas da Rua Ceará já me conheciam pelo nome e pelo tamanho do meu pinto, recebi o apelido de Rafael 'Cabeção'. Com 22 anos conheci a Isabely que era amiga de uma amiga do Leo. Ela foi minha garota durante muito tempo. Por estar namorando, deixei de ir a mimosa mas - mesmo minha namorada sendo muito safada e a gente dando duas por dia - eu sentia falta do meretrício. Recordo que estava no estágio e toda manhã voltava aos velhos habtos de jovem nerd e me masturbava no banheiro da empresa, vendo os anúncios das prostitutas nos Classificados do jornal OGlobo e pensando nas orgias em que participei.


Eu só pensava em sexo. Naqueles tempos isso não era uma doença mas hoje , aqui escrevendo , sei que o problema que tinha se chamava "a Doença de Taiguer Udis".

As vezes pintava alguma mulherzinha fácil , quando saia meus dois amigos e eu. Sempre era uma católica casada ou divorciada. Sexo era fácil de arrumar com elas mas Cleide não saia da minha cabeça.

Resolvi fazer uma visita a ela: fui a VM . Procurei por lá, em todos os lugares, e perguntei aos conhecidos mas não achei. Já no ponto de ônibus para pegar o 383 e voltar para casa , vi Cleide passando . Ela rodava a bolsinha freneticamente e estava eufórica. Cheguei nela e percebi que parecia que ela não se lembrava de mim. Ela me olhou e se ofereceu:

- 20 Reais o programa , gostoso!

Achei que era charme dela e respondi:

- Tá bom , tesão. Só 20 reais por essa gostosura toda e esse metro de bunda na minha frente, é claro que eu quero.

Ela me puxou pelo braço, me levando a um daqueles quartinhos vagabundos do meretrício. Começou no sexo oral , o famoso bola-gato. Eu queria muito aquilo mas sentia algo de estranho. Cleide estava agitada demais e na hora , começou a gemer estranho e a falar coisas de outro mundo, igualzinho quando você tenta comer aquelas mendigas loucas que ficam jogadas por ai e elas começam a falar com almas penadas ou sei-lá. Tentei me afastar e guardar o 'Cabeção' mas ela fechou a boca com força , arrancando parte do meu pênis a dentada. A dor era absurda e o sangue começou a jorrar. Desmaiei.

Acordei somente no hospital onde descobri que parte do meu pinto , logo a cabeça(!), havia sido decepada fora por Cleide.

Enraivecido , dei parte da prostituta na delegacia e segui minha vida com o peso de ser um semi-castrado. Fiquei conhecido por Rafael sem-cabeça, virando motivo de zoação no bairro e na faculdade, com mulher nenhuma querendo mais nada comigo . Na depressão que se seguiu, acabei por perder meus dois únicos amigos.

Um dia, vi da janela de casa um homem alto e forte que estacionou na porta um Mercedes Benz Classe SLR McLaren preto , com motor V8 6,2 L, 640 cavalos vapor , rodas de liga leve, freios abs e injeção eletrônica. Ele usava um belo terno Cinza e uma Bíblia prateada em uma das mãos. Era o Pastor Edmundo Soares Israel, que me converteu a Igreja Internacional e curou o meu membro depois de tomar banho na piscina sagrada por 7 vezes e usar o unguento contra a Broxidão.

Hoje sou casado e tenho quinze filhos com , advinhem só, Cleide , que tive a graça de encontrar em sorteio de casais, após ter sido convertida , naquela mesma noite pelo Pastor Israel.


Um abraço para o Pastor Paulo ,de seu fiel , Rafael Marques Araujo. "

5 comentários:

Anonymous disse...

"habtos de jovem nerd" ????

Minha Cabeça Explodiu !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anonymous disse...

Na boa ... Nem Nelson Rodrigues escreveria uma história/conto como esse ... Essa história serviu apenas para me fazer rir ... Ah! Realmente, agradeça muito a Deus afinal bebendo daquele jeito e pegando todas as prostitutas da vila mimosa sem preservativo, fique feliz em só ter perdido parte do Membro e casado com quem lhe decepou.

Pastor Paulo Tarso de Oliveira disse...

Irmãos , sobre Cleide eu posso dizer por mim mesmo, eu a conheci. O demônio que a possuiu depois dela ter usado um comprimido colorido , que supostamente era para a dor de cabeça e foi oferecido por um de seus clientes , e beber 2 litros de cachaça bagaceira.

Satanais tava na carne da mulher.

Sorte a deles que Israel saia sempre em evangelização na avenida Brasil, altura de Bangu, na porta do cemitério do Caju, nos arredores da Rua Ceará e em casas de meretrícios espalhadas pela cidade. Toda quinta, sexta e sábado a noite ele pregava para as mulheres da vida.

A paz

joão paulo disse...

Graças ao Senhor que o pastor Genovevo me livrou dessa maldita doença de Taiguer Údis.

Fiquei sabendo por revelação do Pastor Israel, que o sobrenome Údis , é um anagrama para "Uids", que é uma degeneração vocal americana para a palavra Aids!

Todo mundo sabe que a Aedes , além de doença transmitida por mosquito, é um doença de ordem espiritual perigosíssima , que Deus usa para punir os promíscuos e omosexuais!

Nai disse...

1 - Que eu saiba, é Tiger Woods.
2 - Se tu já tinha 2 vezes por dia com uma namorada, pra quê ir pegar puta?
3 - Tu casou com a mulher que decepou uma parte da tua piroca? SÉRIO MESMO?


Idiota --'

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