O Vendedor Judeu

Pastor, meu nome é Moacir Juliceu Carvalho Tartaruga, sou descendente de Judeus, antes de eu me converter à única e verdadeira fé, eu era dono de um estabelecimento comercial, vendia aparelhos de Áudio, coisas como Caixas de som feitas à mão com aglomerado de serragem e falantes da Bomber, mesas de som Ciclotrom, amplificadores LL, etc.

Eu vivia enganado pela farça do Judaísmo, dos negadores de Cristo. Eu era um homem possuído de várias formas por várias entidades umbandisticas e cabalísticas que me faziam ser um homem sovina e ganancioso, sempre desejando mais, mais, mais. Um verdadeiro iludido pela mídia do Capetalismo.

Minha vida de pecados começou dês de cedo, meu pai, um judeu fervoroso já me ensinava sempre os “macetes” para levar as coisas mais barato nas lojas, ele me dava dinheiro faltando e me mandava falar com o vendedor, na época eu tinha apenas 6 anos e ele me mandava comprar os cigarros Freebox azul dele.

Eu ia até o balcão e dizia “Tio, me vê um freebox!”, o tio pegava e dizia “São 2 reais!” eu prontamente respondia “Tio, seguinte, tenho 1,70 aqui!” depois de muito discutir sobre o lucro absurdo que a padaria recebia sobre aquelas coisas (falando coisas com ele que eu nem sabia o que era, mas eu tinha decorado cada fala de que meu pai mandava eu dizer) e levava os cigarros com desconto, causando assim um prejuízo mensal de 18 reais à padaria do pobre Seu Manolo.

Com o tempo aprendi a arte do malandrísmo Judeu, não era só uma questão de educação, estava no meu sangue! Cada vez eu arrumava pretexto pior para levar as coisas por um preço mais em conta e violando as leis do universo impostas por deus, pagando abaixo do valor que deveria.

Tudo na minha casa foi comprado com desconto e eu paguei abaixo do preço normal, mesmo quando comprava em promoções. Conversava com o gerente das lojas e conseguia abaixar os preços sempre, nem que fossem apenas 10 reais, já comprei muita coisa por preço absurdo como uma TV Scarlet LG 32’’ Widescreen pela bagatela de 1000 reais mandando um papo no gerente das Casas Bahia próxima a minha casa.

Certo dia eu estava em minha loja, Claudecir, o vendedor que além de vir me dizer ser evangélico e precisar de mais dinheiro para DAR para a igreja, me pediu um aumento. Sem dó nem piedade, eu, possuído por espíritos de umbanda, paguei uma remuneração misere para ele e o mandei embora. Claudecir saiu chorando da loja, humilhado e sem agora seus 520 reais de salário+ticket alimentação.

Tive então que trabalhar de vendedor no local por uns dias, logo no segundo dia, tive problemas, pois tive que vender um amplificador Oneal para um outro judeu, conversamos durante horas discutindo o preço e acabei fazendo por 50 centavos mais barato, sucumbi aos argumentos dele.

No terceiro dia, veio até minha loja um homem alto, negro, olhos castanho-escuro, trajando um terno Armani preto com riscas de giz, e um sapato mocassim de couro de jacaré segurando uma bíblia cristã e com um belíssimo botom com uma pomba branca em meio ao céu azul-celeste a voar harmoniosamente.

Este homem veio em minha direção e disse sem nenhuma pretensão ou ganância em seus olhos ou em seu falar manso, mesmo com sua voz grave de locutor de rádio.

“É uma bela estrutura que você tem nesta loja, meu senhor!”

Eu, talvez possuído por entidades demoníacas, já saí perguntando com maldade para o pobre homem que se trajava tão bem.

“É sim, vai comprar alguma coisa?”

Ele então disse que precisaria de caixas de retorno e mesas de som para repor o que haviam roubado de sua Igreja, que ele estava com o BO ali e perguntou se não ganharia um desconto pelo ocorrido.

Gargalhei demoníaca e ironicamente, o homem, presenciando tal cena, pegou sua bíblia e a abriu. Começou uma reza muito forte para tirar os maus espíritos daquele lugar, eu então, possuído, tentei impedir, mas quando fui tirar a bíblia das mãos do pastor, ele me deu um tremendo olé que me fez ir com a cara no chão, quebrando meus dois dentes da frente e desmaiando com a terrível dor que senti.

Quando acordei, estava completamente pálido, pois tinha sangrado muito pela boca e toda a minha loja foi esvaziada, não restara nada, estava falido! Naquele momento só pensei em levantar e ir prestar ocorrência na delegacia, no caminho encontro o homem que antes estava em minha loja, pergunto a ele o que houve e ele me disse que eu fui abençoado pelo espírito santo, agora precisava encontrar Jesus de verdade.

E com essas palavras belas e sublimes ele tentara me convencer a largar o judaísmo e me tornar um seguidor da verdadeira e única fé, a fé de Cristo. Mas eu ainda estava com satanás tomando conta de meu corpo, ele então, me aplicou uma rasteira baiana e me obrigou a ficar de joelhos, ele começou a falar em línguas e orou aos céus pela minha libertação, um grupo de aproximadamente 30 pessoas se reuniu em volta do local, após algumas palavras, senti uma forte pressão em minha cabeça e desmaiei.

Acordei todo encharcado, mas algo estava diferente, eu me sentia um homem novo! Meus dentes tinham crescido novamente, instantaneamente! Não me sentia fraco, muito pelo contrario, me sentia renovado e pronto para qualquer coisa que viesse! Olhei para o lado e vi o homem, que era nada mais nada menos que o grandessíssimo Pastor Genovevo Silva, que com toda a glória do espírito santo salvou minha alma das garras do tinhoso.

Converti-me em Cristo e hoje sou um verdadeiro vencedor, um trinzimista fiel com casa própria e casado. Nunca pegaram o ladrão, mas a Igreja recebeu uma doação de um sistema de som completo, profissional 100% novo, liguei para a companhia de seguros e pude reabrir minha loja, mas agora eu não vendo mais equipamento de som, apenas artigos religiosos! Dês de que comecei a vender tais artefatos, só ocorreu unção em minha vida, como por exemplo, o fechamento da loja de umbanda ao lado! Ô glória!