Jesus Conservou Minha Virgindade

Meu nome é Maria Clara, tenho 16 anos e moro em Arapiraca, AL. Nasci em um lar mui desestruturado, meu pai, como tradicional alagoano que era, praticava a pistolagem e acabou entrando em reclusão social, xilindró, após isso minha mãe passou a se prostituir para por o pão à mesa.


Aos 12 anos de idade, quando eu cursava a terceira série, conheci o Augusto. Ele era o menino mais rico do colégio, filho de um dentista, era o único que usava tênis (All star converse), enquanto todos iam de sandálias havaianas ou descalços, ele também era o único que ostentava um caderno capa dura 15 matérias, e tinha os músculos ligeiramente hipertrofiados devido aos exercícios na academia.


Augusto me lançava olhares maliciosos, e eu o achava atraente, mas era muito inocente e tinha medo de não saber lidar com ele, que era 6 anos mais velho. Um dia falei para minha mãe e ela implorou pelo amor de Padre Cícero que eu namorasse com ele, pois assim teríamos uma renda a mais.


Sob altíssima pressão mandei um bilhete para ele, que rezava o seguinte: “Perscrutando os inúmeros homens das adjacências e mesmo de léguas adiante, tu és o que deveras mais atrai-me, pelo vigor físico e pelo olhar sacana. Clara, Maria apud Augusto. Ps: encontre-me atrás da caixa d’água”. Em poucos instantes estávamos numa pegação forte, ele abriu o zíper e exibiu um reluzente e generoso pinto, naquele momento entendi o por que de ele ser chamado de “Mão-de-pilão”. Minha pressão arterial baixou acentuadamente, desmaie.


Acordei num quarto bonito e arejado, senti um líquido viscoso na minha cavidade oral, cuspi e o cuspe saiu amarelado, não me lembrava de estar gripada.Logo apareceu Augusto e eu lhe expliquei que era virgem e só queria dar depois de um matrimônio, ele relutou e implorou por sexo, seu rosto estava vermelho e sua boca espumava. Como eu estava com medo de ser escanbichada, menti que era crente, e ele perguntou “será que Deus perdoa um anal?”, levantei-me e fui embora pedindo desculpas.


Dia seguinte ele me deu um celular Nokia 282 Monocromático 1998 e uma vaselina líquida farmacêutica icar com 100mL, me orientou a por o celular na minha genitália que ele passaria o dia ligando e assim eu me acostumaria com a fortíssimas vibrações, até estar apta para manter relações com ele. A princípio fiquei relutante, mas resolvi experimentar. Enfiei o aparelho por completo e me contorcia por inteiro ao som do hit “Nokia Tune”. Ficava sentindo aquela sensação o dia inteiro. Fiquei tão aficionado que quando ouvia “Nokia Tune” já ejaculava.


Considerei que com o celular eu ia à loucura e imaginei o prazer de uma mão-de-pilão, e um dia, depois de três horas que ele estava ligando, resolvi atender e o chamar pra vim na minha casa, em menos de três minutos ele estava lá com o pênis quase rasgando um samba canção azul com motivos florais. Estávamos nas preliminares quando batem à porta, imaginei que fosse minha mãe, mas eram três pessoas mui bem vestidas e com um semblante que denotava uma alegria e paz que nunca havia visto.


Eles se apresentaram como Pastor Silas Adoniran, Pastor Isaías Altivo e obreira Lílian Castro. Falaram que estavam passando pela rua e sentiram o chamado de Cristo que reverberava na mente deles a frase “pureza em risco daqui a 200 metros”, como um GPS divino. Fiquei impactada com aquela revelação, mandei o Augusto embora e orei com aquelas pessoas ungidíssimas.

Hoje sou obreira, tesoureira, cantora, faxineira e merendeira da Igreja Internacional Renovada de Arapiraca. Falta só um varão na minha vida, mas aviso que estou me inscrevendo no sorteio de casais.

A paz.
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Texto redigido pelo obreiro Lucas Nash