Escapei de um Abuso Sexual

Pastor Clodoaldo Malafaia

Em meados de 2001 comecei a sentir fortes dores abdominais. Na época, era motoboy de uma grande firma de São Paulo, havia acabado de sair da casa de meus pais e dividia apartamento com meu bom amigo Alexandre. Alexandre era e até hoje é trizimista, em graças alcançadas por intermédio de Pastor Uoshinton fora curado de peneumonia e várias outras enfermidades. Ao contrário dele, era agnóstico praticante, só aparecia na IPI durante os plantões da Fé, quando embriagado, para dormir nos bancos e receber as oferendas dos mendigos.

Pois bem, estava no meio da Avenida Paulista quando senti intensas contrações na região do torso. Parei a moto junto ao meio fio e me dirigi a um toalete portátil, e após pegar uma fila de quarenta minutos, saí com a latrina limpa, sem nada fazer. A prisão de ventre me incomodava muito, e após duas semanas tremendamente constipado, finalmente acatei ao conselho de meus colegas na empresa e pedi uma folga ao patrão.

- Vá neste médico que é amigo meu - falou meu chefe - o nome dele é Dr. Augusto.

Dirigi-me para o consultório do doutor indicado (meu primeiro erro), sem antes orientar-me com meu amigo Alexandre, recusando seus insistentes conselhos de visitar o Pastor Uoshinton, que além de missionário de Fé, era ex-membro do Rota e matara vários humanóides.

Este médico, um farsante (redundância), só apertou-me a barriga, fez-me certas perguntas e então receitou alguns químicos. Por fim, disse que o mais correto seria fazer um procedimento chamado "colonoscopia". Então perguntei do que se tratava (segundo erro).

- Nós vamos fazer uma vistoria do seu reto.

- Como é?

- É muito simples, colocaremos um tubo em seu ânus e...

Corei imediatamente, pois não acreditava que tinha sido confundido com um gai.

- Doutor, eu não tenho nada contra os gais (terceiro erro), mas eu não gosto de nada disso não, meu.

- Mas não se preocupe - ele riu - você será bem sedado.

Porra, pastor, na minha época o "boa noite Cinderela" era mais criativo. Claro que fui assomado de grande ira, e em ato impensado (primeiro acerto), golpeei repetidamente o médico usando minha cadeira, causando-lhe múltiplas contusões na altura da bacia. Depois de muito agredi-lo, fui preso pelos seguranças e levado à penitenciária. Fiquei aterrorizado, pois sei como são frequentes os abusos anais nas cadeias paulistas.

Deus intercedeu por mim, pois fui colocado na cela dos evangélicos, um lugar pacífico. Entre os 54 presos que dividiam o bloco, encontrava-se o pastor Uoshinton, que cumpria pena por adulteração de data de vencimento das doações da UNICEF. Conversamos muito e nos tornamos imediatamente amigos (segundo acerto). Graças a ele passei apenas uma semana no presídio - ele foi liberto pela intervenção de seu amigo (um deputado que decidiu manter-se no anonimato) e aproveitou para afiançar também minha saída.

Fazia três semanas que não ia ao banheiro e já sentia contusões fortíssimas. Ao invés de adquirir os químicos receitados pelo "médico", comprei o óleo ungido das nascentes de Israel (terceiro acerto). Após tomar apenas algumas colheradas, consegui ir tranquilamente ao toalete. Diante de tamanho milagre, converti-me imediatamente para a Igreja do Primeiro Impacto (quarto acerto) e passei a vinzimar assiduamente (quinto acerto).

Graças a Deus livrei-me deste encosto que "trancava" a minha vida e escapei de um quase estupro. De fato, pastor, é verdade o que diz aquele versículo da Bíblia: "quando Deus fecha uma porta, abre uma janela".

Eberson Jonlenon