sábado, 11 de agosto de 2012

The Walking Dead me transformou em zumbi

Pastor lhe escrevo porque fiquei sabendo do serviço de evangelização delivery. Neste momento minha família me mantém sob custódia em meu porão, pois me transformei em uma zumbi e sempre que vejo uma pessoa sinto vontade de comê-la.
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Isso tudo aconteceu porque eu fiquei viciada em um seriado de TV chamado The Walking Dead (os mortos que caminham). No começo parecia ser uma coisa boa e eu achava que era uma ótima distração, já fazia tempo que eu não assistia à TV por causa do trabalho e dos afazeres da casa, mas assistindo aquele seriado eu me sentia muito bem e relaxava depois de um longo dia.
Fiquei completamente viciada, não conseguia ficar sem assistir e a toda hora vinham em meus pensamentos a frase do narrador:
- Previously on AMC's The Walking Dead!
Eu ficava dominada por uma euforia e ficava torcendo pela próxima semana e mais um episódio da série.
Sem que eu percebesse foi crescendo dentro de mim uma avidez por carne humana, não achei que aquilo fosse realmente sério, mas certo dia, eu fazia sexo com meu namorado e ele pediu pra eu fazer um bola-gato, como de costume eu fiz. Na hora do ato senti fome, acabei arrancando sua jeba com os dentes e depois disso comi ela toda. Nessa hora ele apenas gritou:
- Ai, sua filh# d# put#!!!!
Em seguida desmaiou. Vendo ele lá todo ensanguentado, senti mais desejo pela sua carne e quando me preparava para mais uma investida a minha mãe entrou desesperada no quarto.
- O que aconteceu aqui, Nazaré?
Assustada com o que viu, ela acrescentou:
- Minha nossa! Eu vou ligar pro SAMU. Vai pro banheiro te lavar, senão vai acabar na cadeia.
O Cláudio conseguiu sobreviver, mas ficou sem seu pênis. No hospital, depois de acordar, contou o que aconteceu à minha mãe e disse que achava que aquilo era por causa daquela série de zumbis que eu estava viciada.
Ela imediatamente ligou para casa e disse para os meus irmãos me trancarem no quarto para não acontecer alguma coisa pior. Fiquei gritando, pois estava com fome e só queria comer carne se fosse de alguma coisa que ainda estivesse viva. Minha mãe teve a ideia de me fazer comer cachorros e todos os dias ela colocava um no quarto, enquanto eu dormia (para não machuca-la), hoje mesmo me alimentei de um dálmata.
Sei que eu mesma tive culpa do estado em que me encontro, mas acredito que todos têm direito a uma segunda chance, e é por isso que escrevi esta carta relatando o fato e pedi para que levassem a uma Igreja do Primeiro Impacto, pois fiquei sabendo do trabalho sério de vocês, através do facebook.
Por favor, pastor, venha até a minha casa tirar esse encosto, enquanto ainda tenho consciência e consigo tomar minhas decisões, pois sei que zumbis são idiotas e não pensam (apenas têm fome) e acredito que já estou ficando idiota, porque estou com uma grande vontade de assistir animes e ler mangás. Eu gostaria de saber se é possível salvar o Cláudio (meu ex-namorado), pois sem o pênis ele virou travesti e trabalha lá na Rua Augusta.
Nazaré Lima
Amada Nazaré zumbi, você foi demasiada ingênua em se deixar influenciar por esses seriados americanos, pois eles são feitos por humanoides e o objetivo deles é exatamente influenciar as pessoas de forma negativa. Nestes tempos de crise econômica eles acreditam que a saída é diminuir a população, transformando-os em zumbis. Mas, graças a Deus, você procurou ajuda no lugar certo.
Por questões de segurança (minha), não poderei ir até sua casa, a sua cura será aqui na IPI. Para isso você deverá pedir para alguém trazê-la até aqui (amarrada e amordaçada) para o banho na piscina sagrada. Caso você queira que uma dupla de obreiros vá até sua casa lhe buscar, há um acréscimo de 40% no valor do tratamento[1], que pode ser parcelado em até 10x sem juros.
Quanto ao seu ex-namorado ele tem cura sim, o banho na piscina sagrada cura todos os males que afligem a humanidade. Outro dia apareceu um otaco com esse mesmo problema, ele se chamava Sasuke-kun e foi para a Tailândia para fazer uma cirurgia de aumento peniano, mas por erro de digitação de uma secretária do hospital acabou indo parar na sala de ‘troca de sexo’. Abatido, ele se entregou a vida guei e resolveu ganhar a vida nas calçadas de Copacabana como Shayene, até que descobriu a IPI, no inicio era um reiter que vivia xingando na nossa página de feicebuque, por criticarmos Naruto.
Nos desafiou a curar o seu ‘problema’ e finalmente conheceu a cura em nome de Jesus, hoje ele é um dos obreiros mais conceituados do RJ.
A paz
Pastor Edson

[1] O custo de tratamentos na IPI é tabelado e não varia em nenhuma IPI.





















quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Diablo 3 destruindo uma família

Pastor, acho que meu filho é deficiente mental. Ele tem 10 anos e vive jogando um jogo no pc chamado Diablo 3 e só tira notas ruins na escola. Esses dias ele me perguntou: “mãe, peido pesa?”, eu respondi que não, e ele falou “então me caguei”. O que faço?

Ivanete Gomes Feijó, São Bernardo - SP
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Irmã, só posso dar o diagnóstico após examiná-lo, mas as evidências apontam para um quadro de deficiência mental mui grave. Esses jogos de computador malignos absorvem a alma do cristão (localizada na glândula pineal, fazendo parte do epitálamo) e causam inúmeros distúrbios psiquiátricos, alguns devido a não socialização. Por exemplo, semana passada curei um rapaz que era viciado em um desses jogos e estava louco. Ao chegar à residência do rapaz, peguei-o em flagrante consumando ato libidinoso com uma vagina caseira que aprendeu a fazer pela internet. 
Não se preocupe, faz parte do serviço de desencapetamento domiciliar da IPI a instalação de um software que bloqueia jogos malignos. Nada tema, mas seja mais presente na educação de seu filho. Medite no que diz a Bíblia: “E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” (Mateus 7:14)

A paz.

sábado, 4 de agosto de 2012

Testemunho: Umbanda, cocaína e tentação da carne

Pastor Clodoaldo Malafaia.

Desde pequenino frequento a Igreja do Primeiro Impacto. Abri minha carteirinha de vinzimista no mesmo dia em que me tornei profissional autônomo, aos 12 anos, engraxando sapatos na Sé. Devo lhe dizer com todo o respeito que foram escolhas sapientíssimas pois daquela época em diante nunca sofri de maleita espiritual e tenho saúde de ferro. Quando completei 36 pude mesmo crescer na vida comprando meu primeiro carrinho, um Uno Mille 1999 motorização mil, batido na traseira, com desnível no eixo, mas bem potranqueiro, do jeito que as varoas estão caindo em cima.


Mas deixando essa história de lado, quero dizer para o pastor que teve pouco dia pior do que a vez em que no templo apareceu esta mulher chamada Francineide. Ela era ex-obreira, recém-convertida no fogo da pira ungida, ex-prostituta, ex-freira, ex-consumidora de psicotrópicos (Magnopyrol), entre outros feitos que nem sei se são verdadeiros, amigo Clodoaldo. Mas não me impressionei. Não quero ser inadequado e falar da Bíblia católica, mas estou certo que além dos Eclesiásticos tem algum outro versículo proibindo as mulheres de entrarem no templo pra abrir a boca, pois quando o fazem, saem só bobagens.
Francineide insinuava-se em minha direção, fazendo gestos obscenos e muito frequentemente dirigindo-me a palavra de maneira direta, para me constranger na frente dos irmãos. Imaginei que a razão para isto fosse meu feitio bem apessoado e musculoso (natural do meu trabalho, na época, de assistente de pedreiro), mas ainda faltava-me a certeza.
Um dia, estava preparando para adentrar-me no veículo quando Francineide apareceu diante de mim.
- Irmão, não pude deixar de notar que você olhava para mim durante todo o sermão - ela disse, levando o dedo à boca, do jeito que mulher safada faz.
- Eu estava prestando atenção.
- Não é verdade, você quer fazer amor comigo.
Recuei por alguns instantes, apoiando-me na lateral do carro.
- Eu nunca pensei em coisa assim!
- Está mentindo.
Na hora meu rosto me denunciou, pois realmente era aquela a verdade. Então ela empurrou-me para dentro do carro, deixando os sapatos escaparem e nossos corpos juntarem-se calorosamente. Mas o pior, pastor, é o que ainda não contei. Francineide tinha 69 anos. Fazer amor com ela foi como penetrar em um maracujá, e disso eu entendo, pastor (passei minha puberdade na Bahia). Quando terminamos o ato sexual e nos despedimos no estacionamento vazio, levei minhas mãos à cabeça e bateu um arrependimento tremendo. Orei muito aquela noite para que Jesus Cristo descesse dos céus e me solapasse na nuca com força tamanha que me fizesse esquecer daquela infame hora.
Nas vezes seguintes em que fui ao culto, Francineide continuava a procurar-me, me inquirindo por relações sexuais. Eu sempre negava e tentava escapar, mas sua insistência era implacável. Parecia não ter nenhum amor por Deus e eu cada vez imaginava mais que sua única intenção de ir ao templo fosse me seduzir para que dormíssemos juntos outra vez.
Para piorar, pastor, aquele era o único templo acessível à minha casa, pois o outro ficava em cima de uma ladeira e meu Uno não subia nem de primeira. O dinheiro que eu tinha guardado para aumentar o possante e instalar "neon" ia todo no vínzimo, que era bem gasto, mas me limitava a todos os dias ter de passar uma hora inteira recebendo suas insinuações. Aliando isso a meu fetiche temporário por "granny" (e BBW também, o que batia com a silhueta redonda de Francineide) o senhor pode compreender que meu infortúnio ia além das resistências que um homem pode suportar. Então ao longo de semanas cedi aos seus encantos e voltamos a ter relações.

No fim daquele ano entrei em desespero. Caminhei desorientado pelo centro da cidade até acidentalmente encontrar-me no umbral de uma loja de artigos umbandistas. Relatei o ocorrido para o atendente, que gargalhou durante mais de trinta minutos e então concordou em me ajudar. Deu-me um pó branco e contou-me de uma macumba infalível para livrar-se de Francineide - cobrou-me um cheque de R$ 500,00 que nunca foi compensado.
No próximo domingo fui novamente ao templo e após termos encerrado o ato sexual, ocultei em seus pertences um pequeno pacote com o conteúdo enviado pelo macumbeiro. Dali segui suas orientações, ligando para a polícia. Naquela noite Francineide foi presa por porte de cem gramas de cocaína diluída em bicarbonato de sódio, recebendo a sentença de traficante. Mesmo os advogados da Malafaia Consultoria Jurídica S.A. não foram capaz de safar-lhe, pois ela tinha longo histórico de consumo de entorpescentes durante sua vida mundana.
Meu cheque em branco acabou parando na mão de um traficante local, que terminou por assassinar o umbandista. 
Pastor, não sei se agi corretamente ou não. Ainda sinto falta do corpo voluptuoso de Francineide, aninhado na traseira de meu Mille como um cobertor de elefante. Por favor, mantenha este e-mail anônimo, o traficante ainda está a minha procura.

Kleyton da Silva Melo